Sentada no escuro, percorro o olhar pelo vazio que me rodeia.
Sinto-me só.....tão só.
Nem a luz do candeeiro antigo, preso toscamente no fim da viela me consegue iluminar a alma.
Olho pelo intervalo da cortina desfeita e a cheirar a bolor, a noite.
Corre um brisa fria, mas suave.
A lareira ainda fumega uns restos de jornal queimado.
Que quadro !!!!
Dou uma volta naquilo a que chamo leito, um pedaço de madeira comida pelos bichos com um colchão podre, já com molas partidas que me magoam o corpo magro e cansado.
Enrolo-me cuidadosamente num trapo a que chamo lençol, enquanto bato os dentes de frio.
Que vida esta.
E sonho.
Não...não me queixo.
Pelo menos tenho um tecto para me abrigar.
2 comentários:
Que estado este...mas é a darmos valor ao pouco que temos que ganhamos força para lutar por mais.
bjitos
*
o tecto,
um filme italiano,
dos finais de 60
um espelho da tua prosa,
,
conchinhas
,
*
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